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domingo, 14 de março de 2010

Meço uma metade


Rasgar o papel pelo meio, e deixar com que ele se pareça comigo.
Sim, eu estou pelo meio.
Mas como me agrada ser esse meio.
Minha metade é quem me completa, e eu completo essa frase dizendo que:
Eu sou uma metade-inteira.
Sou só isso? Mas ser isso, é ser pouco?
Ser metade já é muito pra mim, e ter a certeza, e confirmar que,
Pela metade eu sou inteiro, já é tudo para mim.
Se eu acordo ao meio-dia, e vou dormir a meia-noite, eu vivi um dia inteiro?
Passei metade da noite pensando nisso, e cheguei a uma meia-verdade, que é essa:
Eu só sou um Eu-inteiro, quando estou acordado.
Quando eu estou dormindo, eu estou meio-morto, então, sou metade-eu.

Definitivamente não consigo ser mais que isso, mas, sou esse
Eu-metade-inteira-plena-e-compactada.

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